terça-feira, 8 de setembro de 2015

Poesia: Paixão e Confusão

Quem disse que viver
Entre sonhos profundos
É melhor do que sonhar
Uma paixão por um segundo?

Lambendo os teus dedos
Procuro o desapego
Me perco em teu labirinto
E me encontro com meus erros

Meus defeitos de menino
De procurar pelo teu gosto
E de achar que meu destino
Vai de encontro com teu rosto

Quero muito outros amores
Com tua pele macia
Meus amigos me alertam
Desta grande armadilha

O amor algo lindo
Já diziam os loucos
Guarde teus sentimentos
Devagar e pouco a pouco

Não concordo não aceito
Só aceito teus defeitos
Não vou prender meus pássaros
Nas gaiolas do meu peito
  
Desenterro meu coração
A sete palmos de terra
Magoado e sem razão
Antes que ele vire pedra

Minha musa desvairada
Vamos zombar da madrugada
Vamos tirar um sarro
Fazendo amor dentro do carro

As vezes eu falo serio
Deste teu jeito meio etéreo
Já dizia Mahamundi
O amor é o maior misterio

Não finja que não ama
Deveria ser pecado
Prender nossos sentimentos
Como um refém amordaçado

Paixão e confusão
Este é o meu problema
O Cazuza exagerado
Como os romances de cinema

Quando escutar este poema
Sobre tristeza e felicidade
Lembra que o maior dos dilemas
Somos milhares de metades



boaviagem. gugagumma.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Poesia: Faíscas num céu vazio



Um pouco de plástico, vidro e metal
O mundo de ponta cabeça
É só um plano visual

A terra, o ar e o fogo
Experimente sensações incríveis
Reflexos de espelhos distorcidos
Pelo tempo que caminha e não anda
Quem Caminha é Pero Vaz

Como as pedras do riacho
O rio corre em minhas veias
Eu mergulho em suas águas geladas

Faíscas num céu vazio de infinitas possibilidades

De vários Eus.

boaviagem. gugagumma.

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Poesia: O Deserto de Minh'alma



Caminhando pelo deserto de minh'alma
Eu vejo lobos e coiotes
Fortes e solitários buscando seu próprio caminho
Eles refletem o que meus olhos precisam ver

Meu corpo tenta se desapegar de minh'alma
Ele prega peças, mas hora cede
Eu só agradeço
Morrer é libertar-se


boaviagem. gugagumma

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Poesia: Programação para o fim de semana


Programação para o fim de semana:
Primeira opção: Partir para um bar
À procura de companheiros ignorantes
Para exibir meu intelecto.

Segunda opção: hoje tem balada forte!
Quem sabe encontrar alguém que me dê prazer
E preencha o vazio de meu coração frio

Terceira opção: ficar em casa
Se acabando em sites de pornografia suja e proibida

Também existe uma última opção:
Na gaveta de baixo do abajur de meu pai
Tem um revolver com uma única bala


Uma bala, um destino.


boaviagem. gugagumma.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Poesia: Quando virei guerrilheiro

Quando eu tinha doze anos
Rodrigo tinha dezesseis
Rodrigo era roqueiro e punheteiro
Famoso na Assis Brasil

Rodrigo virou crente
Jogou toda a coleção de fitas no lixo
Misturado com suas revistas pornográficas

Eu pulei o muro do prédio
Achei o saco e joguei pra rua
A criançada enlouqueceu!


Foi ali que começou a Guerra Civil.

boaviagem. gugagumma.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Poesia: Tento ser humano

Já parei com a carne,
Agora falta o sexo, a bebida e as drogas
O quão difícil é ser humano

Se ontem era vinho, hoje sou sangue.



boaviagem. gugagumma.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Meu caso com Madonna



Uma vez brochei.
E ela não era qualquer uma.
Era a Madonna
Linda, sexy e gostosa
Tatuagem, lingerie e silicone

Ela disse que era normal
Acariciou meu cabelo
E ao sair pela porta da frente,
Eu sabia:

Nunca mais a veria.


boaviagem. gugagumma.

sábado, 14 de setembro de 2013

Poesia: Homem branco, solteiro procura

Homem branco, solteiro, bem dotado
Procura:
Mulher gorila para sexo casual
Sem preconceito
Te encontro hoje

Na esquina da 2000 com Brasil.


boaviagem. gugagumma.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Poesia: A estagiária da inocência

A estagiária da ingenuidade e da inocência
Da pele de seda da inocência
Das mãos atrapalhadas da inocência
Das perguntas delicadas da inocência
Do olhar sincero da inocência

Eu a segui após o trabalho
Ela entrou no carro,
Beijou a boca de um velho barbudo
E foi-se embora com a inocência.


boaviagem. gugagumma.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Poesia: Minha poesia vem da alma

Minha poesia vem da alma
A alma que eu vendi
Por uma dose de Whisky
E que nas noites de abstinência vem me assombrar
Só dorme quem não tem medo

Um dia eu chego lá.

boaviagem. guagumma.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Poesia: Cansada e Insatisfeita

Ontem saí pra dançar
Queria esquecer os problemas
Me embebedar e praticar sexo.
Conheci uns dois ou três caras
Todos queriam a mesma coisa 
Mas na hora “H” todos pestanejaram.
E assim volto pra casa,

Cansada e insatisfeita.

boaviagem. gugagumma.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Poesia: Marginal

Sou um marginal,
Transo com prostitutas e travestis
Urino fora do vaso sempre que possível
Na internet é só putaria
Meu peru já não aguenta de tanta sujeira

Se deus existe, que proteja minha alma.

boaviagem. gugagumma.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Poesia: As Flores


Desculpe meu bem, pela minha estupidez
Eu venho do pó e da escuridão
Meu pai era bandido, minha mãe nem sei quem é
Ontem bati feio, fiz o sangue jorrar

Espero que aceites estas flores como pedido de desculpas!

boaviagem. gugagumma.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Poesia: A Língua

Há tempos procuro melhorar meu português
Melhorar a forma como uso a língua
Linguisticamente a questão é cabeluda

Não sendo linguiça, vou meter a língua nela.

boaviagem. gugagumma

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Poesia: O imortal: a origem



Empacotei meus sonhos em pequenas bolinhas de gude
Juntei um pouco de amor com peles mortas de minha glande
Misturei tudo a um belo prato de macarrão
E assim...

Tornei-me imortal

boaviagem. gugagumma.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Poesia: Depravada

Este ano realizei um sonho antigo
Na comemoração de alguns meses de namoro
Eu e minha parceira fomos para um motel
Enlouquecemos: fudi e fui fudido!
Hoje posso dizer com orgulho:
Sou uma depravada!


boaviagem. gugagumma.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Poesia: Dias Estranhos



Dias estranhos são aqueles em que eu não penso em sexo
Talvez por sentir o fantasma da morte sentado ao meu lado
Caçoando dos meus planos de viver até os cem
Eu olho rápido de relance, e ele já não está mais ali

Dias estranhos são aqueles em que me acordo disposto
Pelo menos o suficiente para mudar as coisas
E faço algo mais útil que lavar a louça
Isso se não tiver sabonete em barra, para evitar o ressecamento das mãos

Dias estranhos são aqueles em que o silêncio não me incomoda
Talvez por me sentir a vontade em minha própria companhia
Sujeito chato e metido, desempregado e fudido
Certo que não faço parte da linha evolutiva

Nunca estudei Freud, nem Jung, nem Yin yang
Mas confesso: sou especialista em psicanálise
Já pensei em tudo

Mas continuo aqui, vinte e quatro horas do dia tirando meleca do nariz.

boaviagem. gugagumma.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Poesia: Dois anos de um namoro inacabado


Hoje é o dia
Dois anos atrás nos amamos
Um ano atrás brigamos, mas comemoramos
Hoje não nos falamos mais
Que tolos fomos, tão pequeninos

Papos estranhos e jeitos sem coordenação
Hoje vejo que somos dois normais descohecidos
Em busca de objetivos de independência
Tentando ser o melhor pra provar para eles
Que nascemos pra vencer e que somos únicos

Algumas feridas cicatrizam
Que se acelera com brigas e estupidez como álcool puro
Nossa ausência nos amanhecer dos dias
Labirinta quando pensamos na vida
Somos os mesmos, só estamos mais bonitos
Mais velhos e mais moles
Continuo sem saber dançar e você sem parar de fumar

Dois anos depois aprendemos que
Olhar a lua, não importa quão linda ela esteja
Importa quem lhe passa o braço no ombro
O qual a música que toca.

boaviagem. gugagumma.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

DICA DA SEMANA: Cores: Uma homenagem poética ao vazio do existir.

Meu texto na revista virtual Obvious Magazine.

Em uma época onde sócio-culturalmente tudo já foi feito, pegando carona com a banalização da informação pela popularização da internet; é inegável que um tédio neo existencialista tenha se apossado da juventude pós punk brasileira. Essa temática é retratada no acinzentado longa metragem “Cores”.


Em seu primeiro longa metragem, o diretor Francisco Garcia homenageia as gerações nascidas nos anos 1980; jovens que acompanharam a chegada da globalização e da internet em suas vidas, porém não abandonaram a televisão. Embora exista a facilidade de acesso às diversas atividades, o comodismo se sobressai nesta geração, que não quer se assumir como deprimida, afogando suas angústias em uma lata de Coca Cola. “Cores” não os retrata na forma de uma crítica social, mas sim em uma compilação poética e bela.

Leia o texto na íntegra aqui.

boaviagem. gugagumma.

terça-feira, 30 de abril de 2013

DICA DA SEMANA: Nicolas Winding Refn: do gangsta movie ao neon noir

Meu texto na revista virtual Obvious Magazine.

Nicolas Winding Refn é um diretor dinamarquês conhecido pela trilogia Pusher que trata do submundo das drogas de Copenhague. Além de Bronson, filme inspirado no prisioneiro mais violento da Grã Bretanha, Refn foi vencedor do prêmio de melhor diretor de Cannes em 2011 com o longa Drive, um filme fetiche inspirado na construção do mito do herói. O diretor se destaca pela construção de cenas de silêncio que precedem a ultraviolência embelezada por cores brilhantes e pela afinada trilha sonora. A mistura de temas fantásticos com a realidade nua e crua, tornou-se sua assinatura, e hoje é considerado um dos cineastas mais promissores da atualidade.


Leia o texto na íntegra aqui.

boaviagem. gugagumma.