sexta-feira, 28 de junho de 2013

Poesia: Dias Estranhos



Dias estranhos são aqueles em que eu não penso em sexo
Talvez por sentir o fantasma da morte sentado ao meu lado
Caçoando dos meus planos de viver até os cem
Eu olho rápido de relance, e ele já não está mais ali

Dias estranhos são aqueles em que me acordo disposto
Pelo menos o suficiente para mudar as coisas
E faço algo mais útil que lavar a louça
Isso se não tiver sabonete em barra, para evitar o ressecamento das mãos

Dias estranhos são aqueles em que o silêncio não me incomoda
Talvez por me sentir a vontade em minha própria companhia
Sujeito chato e metido, desempregado e fudido
Certo que não faço parte da linha evolutiva

Nunca estudei Freud, nem Jung, nem Yin yang
Mas confesso: sou especialista em psicanálise
Já pensei em tudo

Mas continuo aqui, vinte e quatro horas do dia tirando meleca do nariz.

boaviagem. gugagumma.

Um comentário:

  1. bacana! curti as primeiras linhas de cada estrofe e as duas últimas estrofes, parabéns, mas tire menos meleca do nariz e escute rodriguez.

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