O maior mérito da banda Bonde do
Rolê foi trazer o funk carioca da periferia para os ouvidos da classe média e
alta elite. Estas, vestida de puro preconceito com a música negra, nordestina,
favelada e desbocada “abriu as pernas” para a mistura do funk carioca com
guitarras de rock e letras bem “putanheiras” que o “Bonde” trouxe.
Cinco anos depois e com
substituições da vocalista do grupo, a banda lança seu segundo disco. Deixando
de lado agora o monotemático funk carioca do primeiro disco e abrangendo todos
os estilos “tropicais bacanais” o novo álbum Tropical Bacanal é uma abrangência
de ritmos nordestinos (tecnobrega), com funk carioca, rock, pop, hip hop e até
mesmo o velho punk rock!!!
Um disco que já dá para
considerar clássico, de tamanha a abrangência musical tropical da obra,
tornando-se um símbolo do que hoje é a música brasileira e mundial; uma mistura
de ritmos que abrangem Dominguinhos com The Strokes, The Black Eyed Peas com
Caetano Veloso.
Na primeira faixa Arrastão temos
a linda vocalista Laura Taylor cantando ao seu estilo próprio; misturando
desafinação com sensualidade e nos chamando para o “arrastão tropical” e com o
fundo musical uma mistura de bateria de escola de samba, com barulhos de
floresta e bateria eletrônica.
Na segunda faixa já temos o
sampler de um riff rockabilly da música Funnel of Love de Wanda Jackson gravado
em 1961.
E ao fundo a batida de funk
carioca nos chamando para um sensual restaurante onde se come “a Kilo”.
Temos também Dança Especial. Uma
referência das bandas estilo É o Tchan dos anos 1990 que nos ensinavam as
dancinhas na tela da TV. Mas agora com uma batida eletrônica de tecnobrega e com a participação da dupla de rappers Rizzle Kicks.
A oitava faixa do disco é uma
homenagem a Robertinho do Recife. Sua música Baby Doll de Nylon.
Agora é
cantada em inglês com uma letra mais apelativa e a parte em português é cantada
por Caetano Veloso.
E por aí vai...
Vale a pena ouvir o disco sem preconceitos e perceber o
leque universal de referências que a banda usou.
Um disco de marcar época e referência da década atual.
boaviagem. gugagumma.
Ótimo tema para uma festa de "arromba" e datada no ano de 2013, simbolizando essa mistura safada e positiva que vc bem salientou.
ResponderExcluirSó ando meio avesso a essa ideia de que tudo que o caetano batiza é muito bom (sei que vc não disse isso, mas é o que alguns ainda pensam, isso quando não levam pro outro lado).
enfim, tô escutando aqui e me distanciando desse frio de montanha de curitiba. valeu!
Realmente é um ótimo tema de festa de tropical e de verão.
ResponderExcluirPois é, existe essa ideia do batismo de Caetano. Mas pensando aqui com meus botões: o que foi que ele batizou que era ruim?
citaria de prima a maria gadu, mas tb como não conheço aprofundamente seu trabalho, acho que cai muito naquela coisa de gosto pessoal e cada um tem o seu e blabla, felizmente a gente tenta sempre expandir e dar chance ao diferente, mas nunca teremos tempo pra ouvir bem tudo que chega, e acabamos indo mais pelo instinto ou pela curiosidade estilística.
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ResponderExcluira, agora terei que discordar de você.
ResponderExcluirSim, o Caetano batizou a Maria Gadu, mas isso só fez com que ela ficasse mais famosa e vendesse mais discos e shows. Mas não aumentou o status dela como uma cantora (e música) de qualidade, entende?
Ele ajudou a popularizar, mas não fez a propaganda dizendo que era bom, e nem se fizesse adiantaria...