segunda-feira, 18 de março de 2013

DICA DA SEMANA: Bonde do Rolê - Tropical Bacanal (2012)


O maior mérito da banda Bonde do Rolê foi trazer o funk carioca da periferia para os ouvidos da classe média e alta elite. Estas, vestida de puro preconceito com a música negra, nordestina, favelada e desbocada “abriu as pernas” para a mistura do funk carioca com guitarras de rock e letras bem “putanheiras” que o “Bonde” trouxe.
Cinco anos depois e com substituições da vocalista do grupo, a banda lança seu segundo disco. Deixando de lado agora o monotemático funk carioca do primeiro disco e abrangendo todos os estilos “tropicais bacanais” o novo álbum Tropical Bacanal é uma abrangência de ritmos nordestinos (tecnobrega), com funk carioca, rock, pop, hip hop e até mesmo o velho punk rock!!!
Um disco que já dá para considerar clássico, de tamanha a abrangência musical tropical da obra, tornando-se um símbolo do que hoje é a música brasileira e mundial; uma mistura de ritmos que abrangem Dominguinhos com The Strokes, The Black Eyed Peas com Caetano Veloso.



Na primeira faixa Arrastão temos a linda vocalista Laura Taylor cantando ao seu estilo próprio; misturando desafinação com sensualidade e nos chamando para o “arrastão tropical” e com o fundo musical uma mistura de bateria de escola de samba, com barulhos de floresta e bateria eletrônica.


Na segunda faixa já temos o sampler de um riff rockabilly da música Funnel of Love de Wanda Jackson gravado em 1961.


E ao fundo a batida de funk carioca nos chamando para um sensual restaurante onde se come “a Kilo”.


Temos também Dança Especial. Uma referência das bandas estilo É o Tchan dos anos 1990 que nos ensinavam as dancinhas na tela da TV. Mas agora com uma batida eletrônica de tecnobrega e com a participação da dupla de rappers Rizzle Kicks.

A oitava faixa do disco é uma homenagem a Robertinho do Recife. Sua música Baby Doll de Nylon. 

Agora é cantada em inglês com uma letra mais apelativa e a parte em português é cantada por Caetano Veloso.


E por aí vai...
Vale a pena ouvir o disco sem preconceitos e perceber o leque universal de referências que a banda usou.
Um disco de marcar época e referência da década atual.


boaviagem. gugagumma.

5 comentários:

  1. Ótimo tema para uma festa de "arromba" e datada no ano de 2013, simbolizando essa mistura safada e positiva que vc bem salientou.
    Só ando meio avesso a essa ideia de que tudo que o caetano batiza é muito bom (sei que vc não disse isso, mas é o que alguns ainda pensam, isso quando não levam pro outro lado).

    enfim, tô escutando aqui e me distanciando desse frio de montanha de curitiba. valeu!

    ResponderExcluir
  2. Realmente é um ótimo tema de festa de tropical e de verão.

    Pois é, existe essa ideia do batismo de Caetano. Mas pensando aqui com meus botões: o que foi que ele batizou que era ruim?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. citaria de prima a maria gadu, mas tb como não conheço aprofundamente seu trabalho, acho que cai muito naquela coisa de gosto pessoal e cada um tem o seu e blabla, felizmente a gente tenta sempre expandir e dar chance ao diferente, mas nunca teremos tempo pra ouvir bem tudo que chega, e acabamos indo mais pelo instinto ou pela curiosidade estilística.

      Excluir
  3. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  4. a, agora terei que discordar de você.
    Sim, o Caetano batizou a Maria Gadu, mas isso só fez com que ela ficasse mais famosa e vendesse mais discos e shows. Mas não aumentou o status dela como uma cantora (e música) de qualidade, entende?

    Ele ajudou a popularizar, mas não fez a propaganda dizendo que era bom, e nem se fizesse adiantaria...

    ResponderExcluir