quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Poesia: Pôr do Sol




Há 10 anos usando o mesmo pijama
Está o velho que não quer sair da cama
E ele lembra dos tempos de Carlos Valderrama
E com lembranças da mulher que ainda ama
Poesias de lira, ele proclama
Com a garganta gasta como escama

E quando todos pensam que o velho faz drama
Ele cospe no destino do eletrocardiograma

Do sangue sujo que derrama
E mancha de vermelho a calçada da fama
Trazendo a velha lembrança do tempo da lama
Do tempo que pedra não era grama
Do tempo que moça não era dama

E chora lágrimas de cansaço
Mas da vida não quer mormaço
E na rede que deita e se amassa
Ele enxerga a praia que disfarça
Com o sol que se afasta

A luz rosa aguda
Que na retina se camufla
Ama a vida, cega e surda.

boaviagem. gugagumma.


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