segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Poesia: A Válvula de Escape


O Poeta da Vida chorara muitas vezes ao longo das estradas.
Varou noites derramando lágrimas 
Nas praças das cidades e nos becos escuros se perguntando:
Meus filhos, onde vocês estão andando?" 


Numa dessas praças, eu o encontrei pranteando.
Nossas lágrimas nos aproximando. 
Ambos não dissemos nada.
Choramos juntos, cada um pela sua história. 
Nenhum de nós precisou se apresentar.
Eu o compreendi sem ouvi-lo e ele me entendeu sem me escutar


Das lágrimas nasceu uma grande amizade.
Para o Poeta, ajudar quem precisava
Era estar perto de quem ele amava


(Refrão)
Pouco a pouco,  resgatou a fé.
Começou a ver a assinatura de Deus no delírio de um psicótico,
No desespero de um deprimido, 
No perfume de uma flor, 
No sorriso de um menino


O Poeta saiu do casulo, levantou-se das ruínas.
Renasceu das cinzas
Fez das suas perdas uma cortante lâmina para lapidar sua inteligência
As perdas não mais o asfixiaram.

poema baseado no livro O Futuro da Humanidade.
boaviagem. gugagumma.

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