Amava os superlativos
Sempre acordou para o tempo
Viveu seis vidas ou mais
E sempre teve a feição monumental
Mas quando percebeu que o esforço pra lembrar
Era vontade de esquecer
Nos seus olhos deu um brilho
Vestiu seu casado de cerimônia
Este cálice é um breve estribilho
Tal é o sabor póstumo
Das glorias interinas
Ela sempre me disse
Eu sempre fui assim:
A flor da pele
Querer teu coração
Aceitar as condições
Dormir na solidão
Eu sempre tive medo
Hoje eu ando ao redor das arvores
Buscando uma sombra sem teias
Para fazer meu ninho
E um encanto pra nós dois
Pensamentos, lapsos de memória
Arrepio de muros pichados
Minha feição monumental
Também se gozam por influição dos lábios que narram
(Uma homenagem a Machado de Assis)
boaviagem. gugagumma.